domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Após um dia cansativo de desaforos engolidos,

de buzina nos ouvidos, ele chega em casa.

Destampa as panelas, tira os sapatos, senta-se a mesa.

Critica a comida, o tempero, a temperatura..

Pede a mulher que se apresse.

Ela calada, o serve.


De barriga cheia, tira à meia,faz cara feia.

Deita na cama, reprova o lençol.

Pega uma revista, atento se excita.

Critica o corpo dela, o cheiro, sem beijo.

Pede a mulher que se apresse.

Ela calada, o serve.


Olhando-se no espelho, beleza perdida,.

Se sente arrependida. E se cansa.

Do tamanho da pança, da intolerância.

Amassa as panelas, doa toda a comida.

Queima os lençóis e revistas.

Vendo a fumaça, ele se apressa.


Ela já longe, calada sorri.



(Grazi)

4 comentários:

  1. Forte demais! E quantas mulheres ainda não te esta coragem para se libertar!

    Gostaria de aproveitar para deixar o nosso blog:
    www.chaoticapoezine.wordpress.com

    Será que já nos conhecemos? Sou de Bh.

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  2. Ah, que tal trocarmos links nos nossos blogs?

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  3. Ahh eu vi o blog!
    É a Joana e a Jojô neh.
    ^^
    A gente se conhece sim. Visitei o blog, mas não consegui postar nada lá.
    Beijo grrls

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